PAULO, TERESINHA, LILA e VILMA - D. Elisa pensou muito para resolver onde buscar crianças que realmente precisassem de sua ajuda... Talvez em algum dos morros, onde sempre se encontram pessoas que vivem em condições muito difíceis... Mas ela não poderia subir o morro. Como fazer?! Resolveu ir a uma escola existente bem junto ao morro que escolhera. Conversou com a Direção e professores. Afinal, ela também era professora aposentada e provavelmente seria ouvida e compreendida. D.Elisa pediu que fossem crianças de famílias mais necessitadas. Porém, nada foi fácil. Como iriam indicar ou recomendar crianças a uma pessoa que nem conheciam?... E os pais, mesmo muito pobres, consentiriam?! Mas D. Elisa não desistiu. Foi lá conversar com a Direção outras vezes e finalmente foi atendida. Mas precisava da autorização dos pais e os pais de quatro crianças foram chamados. Vieram à escola no dia seguinte para ouvir a Direção e D. Elisa. E, após conversarem, consentiram que seus filhos e filhas tivessem contato com D. Elisa.
D. Elisa planejou a melhor forma de proceder e resolveu assim: como a escola ficava perto do SESC, uma instituição à qual ela era associada, foi conversar com a Administração, explicando seus objetivos e pedindo para almoçar ali com as quatro crianças, todas as quintas feiras. sob sua responsabilidade e despesas, Não poderia ser melhor! O momento agradável de um almoço saboroso, com sobremesa e tudo o mais, tornou-se ocasião muito oportuna para conversarem, se conhecerem melhor, aprenderem bons hábitos e muito mais! Muita coisa boa foi acontecendo, no decorrer do tempo, sob a supervisão e a orientação de Elisa. O SESC tinha também o pátio, onde as crianças brincavam após o almoço. Foi ótima a ideia. Quinta-feira passou a ser o dia de encontro. Toda 5ª feira, sempre após suas aulas, as crianças encontravam D, Elisa no SESC, como combinado. Porém, nada era obrigatório, se alguma criança não pudesse ir, na semana seguinte voltavam a se encontrar. E se o impedimento fosse de D. Elisa, ela telefonava para a escola e pedia para avisá-los.
Em vésperas de dias festivos, como Natal, Páscoa, Dia da Criança, Dia das Mães ou dos Pais e outros, a 5ª feira anterior à data era ocupada de maneira diferente. Logo após o almoço no SESC, saíam todos juntos, sob os cuidados e orientações de D. Elisa. Geralmente tomavam sorvete e depois iam comprar os presentes. Nas vésperas do Dia da Criança, por exemplo: Iam todos a uma loja de $1,99 e, como já se havia combinado, entravam as quatro crianças para escolherem cada uma duas coisas que desejassem adquirir. Estes seriam os presentes de D. Elisa para eles. Enquanto ficavam sendo embrulhados estes presentes, as crianças iam outra vez andar pela loja para escolherem presentinhos para darem a cada um de seus irmãos. Um a um, todos os presentes eram embrulhados com capricho, colocando-se os respectivos nomes. Tudo era feito bem bonitinho e para isso tinham sempre a colaboração da vendedora... A satisfação deles era visível! E de D. Elisa também... Balas e outras guloseimas encerravam as compras para o Dia da Criança. Este era um dia muito feliz! Além de receberem, as crianças também davam presentes aos seus irmãozinhos!...
Assim, com muito carinho, satisfação e aprendizagem, eram preparados os dias festivos. Aliás, nos outros encontros também era feito todo o possível para que tudo fosse bem proveitoso e agradável.
No entanto, é importante prever que nem sempre há sucesso nessa tentativa de ajuda e apoio. Algumas vezes não dá certo como se deseja. Aqui mesmo nesta história, Elisa só teve êxito com Vilma e Lila.
Terezinha, que era uma menina muito cativante, não continuou porque sua família mudou-se de Florianópolis. Elisa sentiu bastante, porém, não havia o que fazer. E Paulo também desistiu: o irmão, de 20 anos, chamou-o para "trabalhar" com ele, porque iria ganhar muito mais... Não se sabia como, mas previa-se o pior...
Enfim, não se pode desanimar quando algum caso falha... O fato é que a maioria dá resultados gratificantes. Nesta história, por exemplo, Vilma e Lila prosseguiram muito bem! Uma adiantou-se mais nos estudos, outra em trabalhos domésticos e artesanato. As duas estão casadas e têm um filhinho. Mais gratificante ainda é vê-las bem encaminhadas, de caráter bem formado, amorosas com seu filho e com toda a sua família.
Elisa conta com orgulho que as duas são suas amigas também no Facebook.
"JOVENS E CRIANÇAS APRENDEM MUITO COM OS EXEMPLOS, PRINCIPALMENTE RECEBIDOS DE SEUS PAIS E DE OUTROS ADULTOS QUE TÊM COMO REFERÊNCIA."
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